CONTINUAR A LUTA<br>PELA ALTERNATIVA

«O PCP e a CDU con­ti­nuam a bater-se pela rup­tura e a mu­dança»

Ainda sob o efeito do res­caldo das elei­ções para a As­sem­bleia Le­gis­la­tiva da Re­gião Au­tó­noma da Ma­deira com a inequí­voca pe­na­li­zação dos Par­tidos da troika (PS, PSD e CDS) e com o claro re­forço da CDU em votos, per­cen­tagem e man­datos – a maior ex­pressão elei­toral de sempre para aquele órgão – re­gistou-se o re­curso desta Co­li­gação para o Tri­bunal Cons­ti­tu­ci­onal para que fosse cons­ti­tuída uma nova as­sem­bleia de apu­ra­mento geral, tendo em conta as con­di­ções anó­malas e ir­re­gu­lares em que de­cor­reram as ope­ra­ções de apu­ra­mento dos re­sul­tados elei­to­rais. Re­curso que, a ter sido aceite, con­tri­buiria para dis­sipar dú­vidas e apurar a ver­dade elei­toral re­que­rida pela CDU. Um re­forço que a CDU vai in­vestir na in­ten­si­fi­cação da luta contra a acção do Go­verno, em de­fesa dos in­te­resses dos tra­ba­lha­dores e do povo, da Re­gião Au­tó­noma da Ma­deira e do País. Um re­sul­tado que per­mite olhar com re­do­brada con­fi­ança a ba­talha das elei­ções le­gis­la­tivas que temos pela frente, vi­sando o alar­ga­mento da ex­pressão elei­toral da CDU que criará me­lhores con­di­ções para o de­sen­vol­vi­mento da luta pela rup­tura com a po­lí­tica de di­reita e pela cons­trução da al­ter­na­tiva pa­trió­tica e de es­querda.

A si­tu­ação so­cial e po­lí­tica do País con­tinua do­mi­nada pela in­tensa cam­panha de pro­pa­ganda do go­verno in­sis­tindo na ideia en­ga­nosa de que Por­tugal está agora no bom ca­minho de saída da crise, com uma eco­nomia, de co­fres cheios, a re­cu­perar e a crescer. Ope­ração mis­ti­fi­ca­tória com que se pro­cura des­viar as aten­ções dos tra­ba­lha­dores e do povo dos graves pro­blemas com que, no dia-a-dia, se de­frontam. Os co­fres até podem estar cheios, mas de dí­vida. Dí­vida que todos os dias vai cres­cendo e cujos en­cargos to­lhem o de­sen­vol­vi­mento do País e de que são sin­to­má­tica ex­pressão a ele­vada taxa de de­sem­prego (14,1%) com maior in­ci­dência entre os jo­vens (35%), o au­mento alar­mante da po­breza e o con­ti­nuado fluxo mi­gra­tório.

O PS, por seu lado, con­centra es­forços na ope­ração de «cos­mé­tica», pro­cu­rando re­tocar a imagem que lhe per­mita apre­sentar-se como al­ter­na­tiva de es­querda ao Go­verno PSD/​CDS, sem, no en­tanto, se de­marcar das bases es­sen­ciais da po­lí­tica de di­reita, de que vem sendo, aliás, su­porte fun­da­mental, ao longo dos úl­timos 38 anos.

No plano da luta de massas, des­taca-se a ele­vada adesão à greve dos tra­ba­lha­dores da CP e as lutas em de­sen­vol­vi­mento em muitas ou­tras em­presas (pa­ra­li­sa­ções na Jado Ibéria, Pa­tinter, LBC Tan­quipor, Trans­portes No­gueira e FRT-Cargo; greves na Huber Tricot Con­fec­ções, Lda, Re­nault-Cacia, Carris, Metro e STCP; greve às horas ex­tra­or­di­ná­rias na EMEF).

Sá­bado, te­remos a luta dos re­for­mados pro­mo­vida pelo MURPI em 14 lo­ca­li­dades. Avança também a pre­pa­ração das co­me­mo­ra­ções do 25 de Abril. O Mo­vi­mento Sin­dical Uni­tário da CGTP-IN, no ano em que ce­lebra o seu 45.º ani­ver­sário, pros­segue a pre­pa­ração das co­me­mo­ra­ções dos 125 anos do 1.º de Maio, mo­bi­li­zando em força para que este dia se tra­duza numa gran­diosa jor­nada de rei­vin­di­cação e luta e uma gran­diosa ma­ni­fes­tação de massas pela exi­gência de uma «al­ter­na­tiva de es­querda e so­be­rana ali­cer­çada nos prin­cí­pios e va­lores de Abril».

A acção do Par­tido con­tinua a de­sen­volver-se com in­tenso di­na­mismo: pros­segue a acção na­ci­onal de con­tactos com os mem­bros do Par­tido, a cam­panha de re­cru­ta­mento a fi­na­lizar neste mês de Abril com mais dois mil novos mi­li­tantes, a cam­panha na­ci­onal de fundos e a pre­pa­ração da Festa do Avante!

Re­a­lizou-se na 4.ª feira da se­mana pas­sada, na As­sem­bleia da Re­pú­blica, o de­bate quin­zenal com o pri­meiro-mi­nistro, com o ca­ma­rada Je­ró­nimo de Sousa a co­locar im­por­tantes ques­tões sobre os efeitos de­sas­trosos da acção do Go­verno, no­me­a­da­mente, sobre o fim das quotas lei­teiras, sobre a cri­ação de um sis­tema de dados fis­cais que fa­ci­lita a de­vassa de dados dos con­tri­buintes por parte das em­presas pri­vadas ao mesmo tempo que pro­tege os dados de um nú­mero es­casso de ci­da­dãos pri­vi­le­gi­ados e, fi­nal­mente, sobre as afir­ma­ções do pri­meiro-mi­nistro no Japão pro­mo­vendo uma imagem do País «no topo do ran­king da ex­plo­ração e em­po­bre­ci­mento». As­sem­bleia da Re­pú­blica onde o Grupo Par­la­mentar do PCP apre­sentou, re­cen­te­mente, im­por­tantes ini­ci­a­tivas le­gis­la­tivas sobre a na­ta­li­dade.

Nesta di­nâ­mica, as­si­nala-se também a po­sição que o PCP as­sumiu a pro­pó­sito do fim das quotas lei­teiras, a partir do dia 1 de Abril, que «pode sig­ni­ficar a li­qui­dação da pro­dução lei­teira no con­ti­nente e nos Açores pondo em causa o abas­te­ci­mento do País em lac­ti­cí­nios e cuja res­pon­sa­bi­li­dade é as­sa­cada por in­teiro aos três es­teios da po­lí­tica de di­reita, PS, PSD e CDS. As­si­nala-se igual­mente as pró­ximas ini­ci­a­tivas já agen­dadas que con­tarão com a par­ti­ci­pação do Se­cre­tário-geral, no­me­a­da­mente o jantar-co­mício do sector sin­dical da Or­ga­ni­zação Re­gi­onal de Lisboa, amanhã, em Lisboa (CT Vi­tória), o en­contro CDU «no con­celho do Seixal e no País, tra­balho, ho­nes­ti­dade e com­pe­tência, so­lu­ções para uma vida me­lhor», sá­bado, na Cruz de Pau (Amora/​Seixal) e o al­moço-con­vívio «Não ao de­clínio na­ci­onal! So­lu­ções para o País», do­mingo, em Cas­telo Branco.

É neste quadro de in­ten­si­fi­cação da luta de massas, de re­forço or­gâ­nico do Par­tido, de cons­trução da uni­dade e con­ver­gência com de­mo­cratas e pa­tri­otas, de for­mação de uma ampla frente so­cial que dê su­porte a uma real po­lí­tica al­ter­na­tiva, que o PCP e a CDU con­ti­nuam a bater-se pela rup­tura e a mu­dança e a re­a­firmar as elei­ções le­gis­la­tivas como a grande pri­o­ri­dade deste mo­mento.